domingo, 24 de fevereiro de 2013

I'm the son of a bitch and Edgar Allan Poe

24/02/2013
14:13

Olá. Perdoem minha ausência, mas desde que o ultimo post não me agradou pois o postei sem possuir inspiração alguma, decidi esperar até ter conteúdo digno de estar aqui nessas paginas virtuais cor de pólen.

E estou experenciando (ou pelo menos estive nas primeiras semanas) uma coisa, no mínimo, interessante... ser invisível.
Não invisível tipo fisicamente mesmo, mas o fato de ninguém me conhecer por aqui.  Sempre conhecido nos lugares onde costumava andar no Brasil, estou achando um tanto divertido esse negócio de invisibilidade. Estava, né... já cumprimento pessoas nos corredores. Ser invisível por muito tempo não deve ser algo muito agradável.

As os ensaios de teatro estão se mostrando bem divertidos, embora eu ache que a aula de Art é o ponto alto do meu dia. Nos ensaios, fico montando cenário com as outras techies: Jen, Janine, Harica (eu acho que é assim que ela se chama?? A voz dela me lembra a da minha escurinha Julia Montessi). Pessoas bem comunicativas e divertidas. Já as atrizes são um pouco diferentes...


Paredes negras e chão alaranjado. Essas duas caracteristicas definem basicamente a sala de teatro de Wise Wood. Algumas meninas parecem atuar até mesmo conversando entre si. "Ah mas voce tambem faz isso victor" Não, você não entende. Elas parecem atuar as mais caricatas cenas quando interagem umas com as outras. Não me incomoda, mas me faz lembrar daquelas gordinhas que acham que vivem em um desenho japonês. Não as desgosto, só sinto uma pontada de nervoso.


Tem um garoto que veio da Nigéria sentado na minha frente na aula de Science. John Paul... um bom menino. Sotaque estranhíssimo. Ele fala "igbo" na Nigéria. Ele parece ser bem humilde... conversavamos sobre xbox eu e Thorne, um menino meio otaku tambem da sala de Science e John Paul disse que nao tem um xbox. Ele me pareceu meio triste, logo, mudei de assunto. Ele está a procura de um trabalho aqui mesmo tendo 15 anos. Gostei dele. Clarice, olhe para os dois lados antes de atravessar a rua. Ainda mais você, lerdinha.

Fui ao tal acampamento de estudantes internacionais na sexta, voltei ontem. Mas os detalhes dessa aventura vocês conseguirão apenas no próximo post.

Comprei um saco de Twizzlers, alcaçuz de morango. Não são tão bons quando eu esperava, mas ainda assim são gostosos.

Está chegando a hora de cortar minhas unhas do pé. Tenho problemas com unhas encravadas desde 2009, e passei o ultimo ano cortando mensalmente minhas unhas numa podóloga porque eu tenho um dom natural para fazer merda, principalmente quando o risco de se fazer merda é médio. Espero não passar 4 meses com um dedo inflamado mancando por ai.

Aliás, praticamente um mês já se passou. Bem rápido. Isso é bom e ruim. Fiz efetivamente amigos no acampamento, me sinto bem feliz.

Presentearei os senhores com a minha faixa favorita de uma grande banda moderna. Ignorem as legendas em espanhol.




Não postarei tão regularmente por aqui, só quando me for conveniente. Não adianta eu estabelecer um padrão de publicações sendo que assim o nível cai. Lhes apresentarei minhas palavras quando as palavras estiverem preenchidas com relativa inspiração. Relativa sim, pois pra mim podem parecer inspiradas, mas não pra você. De qualquer jeito, que isso fique claro.



A água daqui tem um gosto diferente. Não é melhor nem pior do que a água brasileira, apenas diferente mesmo. E eu ando com muita sede. Não "sede" própriamente dita, é só vontade de beber a agua especificamente. Sede pode ser saciada com um suco ou refresco qualquer... a que eu possuo não. Só água. Quando encontro um bebedouro, sinto vontade de morar ali, sentir a água descer pela minha garganta (eu diria "goela" mas me soa um pouco asqueroso) 24hrs por dia. Mas depois de quarenta segundos bebendo a tal água, a vontade passa. Volto a seguir meu trajeto pelos vastos corredores de Henry Wise Wood, "Home of Scholars, Artists and Champions".


Aparentemente tenho um sotaque forte. Alguns dizem que sim, outros dizem que não é tão forte, mas é característico... enfim, tenho sotaque. Talvez porque em certas palavras meu T sai forçado, como os britânicos (não soa tão retardado quando eles, claro). Me sinto estranho, porque nem alguns chineses têm sotaque. Na verdade, os chineses que conheci que não tem sotaque moram aqui a mais de 3 anos. Mas... e daí? Não é sotaque, é "charme". Palavras de mamãe.


As meninas do teatro, apesar dos apesares, são pessoas realmente acolhedoras e simpaticas. Sabem manter uma conversa divertida para ambos. Não adianta voce conseguir conversar por muito tempo se os dois acabam se entediando, apenas você ou somente a outra pessoa se diverte enquanto você se chateia com suas próprias palavras, o que pode parecer meio estranho, mas não impossível. Por muitas vezes fui cuspindo palavras de entretenimento equanto minha cabeça estava em outro lugar. Outros olhos, outros aromas, outros cabelos, outros sorrisos...




... como faço agora.





Truly Yours,


Victor Lampert

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